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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Como Tatuagem

Como tatuagem me marco em teu corpo
Impresso em teu peito
Quente calor do desejo
Me sufoca em suas pernas
Me prende em suas mãos
Me aperta com força em sua direção
Como tatuagem me deixa marcado
Impresso em teu peito
Estampado
Me arranca a carne com as unhas
Enquanto arfa em meu pescoço
Minhas mãos delineando o seu corpo
Me sobe o fogo
Suor escorrega
Segura nas pernas
Mão cheia a te acariciar
Meche a cintura
De forma que beira a loucura
Esfrega o corpo
Como se um fosse o do outro
Me deixa louco

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Minha Morte em Preto e Branco

Hoje peço que não se importe

Hoje triste

Canto para minha morte

Que sorte

Esperar por uma revolta

Me revolta a idéia

Que um dia seria sério

O fugir desse mistério

Abro a porta vida torta

Na verdade

Não importa

Fecha porta vida calma

Meu melhor caminho?

A estrada

Bons rumos a morte me traz

Em homenagem a vida que se desfaz

Na verdade

Tanto faz

Deixo em meu nome a solidão

Que seja partilhada àqueles que a quiserem

E que alguém queira

Ou que eu a leve

terça-feira, 13 de julho de 2010

Reage poeta

Beija-flor aprisionado
Morre por não poder voar
Poeta sem sentimento
Morre por não conseguir amar
Viver assim é impossível
Os desejos se mantêm agredidos
Sorrisos, tristezas.
Poeta olha a sua vida
Essa não é a sua natureza
Dureza
Tereza
Beleza
E Creusa?
Poeta cadê sua vida
Se muda todo dia
Pra enxergar uma alegria
Cadê seus sonhos
Cadê suas experiências
Suas explosões, corrosões, reduções e oxidações
Sublima poeta
A vida é uma guerra
Reage poeta
Volta pra tua selva

Morte do Poeta

Para me sentir feliz, poeta
Tem que sofrer
Para me pedir pra existir, poeta
Tem que sofrer
Quero a angustia das tuas palavras
A agonia do seu desespero
Se te encanta, poeta
Morra enquanto sua dor te espanca
Se não se manca, poeta
Puxe a pedra pra esconder sua dança
Se é pra fazer sofrer que seja com gosto
Se for pra você viver, poeta
Que seja no desgosto
Brilho nos olhos, sorriso no rosto
Nasceu assim, poeta
Pau podre crescido torto
Poeta pede tua morte
Talvez ela lhe reserve mais sorte
Se não é para sofrer
Então prefira não viver
Morre poeta
Que sua dor se consuma na terra